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Entrevista com Carlos Eduardo Solé Vernin

Formado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Jundiaí, atua como gastroenterologista, cirurgião e clínico geral em clínicas particulares e, também, como servidor concursado na Prefeitura de Vinhedo. Neste momento de pandemia que o mundo enfrenta, o jovem médico assumiu a Secretaria de Saúde de Vinhedo e junto todos os desafios desta pasta e da atual situação do cenário da Covid-19.

Entrevista com Carlos Eduardo Solé Vernin VINHEDO
Foto: Jessica Jensen.

Jornal Tribuna (JT): De onde você é e como foi sua vinda para Vinhedo? Em sua opinião, quais as principais qualidades da cidade?

Carlos Vernin (CV): Vim para Vinhedo com 6 anos de idade. Vivi a melhor fase da infância na cidade. Naquela época a cidade era bem menor, com muitas ruas, ainda, de paralelepípedo e apenas um semáforo, pois, praticamente, não existia trânsito. Conhecíamos a maior parte das pessoas que circulavam pelas ruas. Hoje, Vinhedo mantém as características de cidade do interior que eu admiro, como amplas áreas verdes, pessoas acolhedoras, segurança nas vias públicas e por isso escolhi permanecer e criar meus filhos aqui.


(JT): Como você recebeu o convite do prefeito Dr. Dario para comandar a Secretaria de Saúde?

(CV): Sou servidor público concursado da Prefeitura de Vinhedo há 8 anos. Vivo o Sistema Único de Saúde (SUS) desde o início da minha formação médica em 2001 e sei das dificuldades que temos, desde estruturais até de fluxos de atendimento e gestão de recursos. Sempre estive à disposição para ajudar a construir soluções para a cidade independente de cargo.

Me surpreendi com o convite, pois é um grande desafio ser responsável pela saúde de 80.000 vinhedenses, mas considerando as capacitações que desenvolvi ao longo da minha trajetória, me sinto confortável em desenvolver um projeto de saúde para os próximos 4 anos.


(JT): Como está sendo o dia a dia como secretário?

(CV): A Secretaria de Saúde funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana e temos muito para fazer, seja na disponibilização de consultas, exames e medicamentos, seja nas fiscalizações da vigilância sanitária, num momento de pandemia, e na logística da vacinação. O dia a dia tem sido de planejamento, definição de prioridades e execução das metas definidas. A equipe da Secretaria de Saúde é formada por servidores técnicos, bem capacitados e experientes, o que facilita bastante a gestão.


(JT): Quais os desafios que você encontrou na Secretaria da Saúde?

(CV): Os desafios são numerosos e variados. Com as chuvas de verão do começo do ano, ficou exposta a fragilidade da infraestrutura das unidades de saúde, com identificação de várias goteiras e infiltrações que precisam, urgentemente, ser corrigidas. Além disso, temos aproximadamente 25% do recurso humano da secretaria afastado das atividades presenciais por serem do grupo de risco para a Covid-19, o que limita nossa capacidade de atendimento, que já era restrita. Estamos desenvolvendo ferramentas para aumentar os atendimentos, apesar desses obstáculos, focando na gestão dos recursos disponíveis.


(JT): O que a população pode esperar da Saúde em Vinhedo para 2021?

(CV): Em primeiro lugar, o enfrentamento responsável à pandemia que nos aflige a quase um ano, com a expectativa de vacinarmos grande parte da população, ainda, no primeiro semestre de 2021, mas também temos muitos projetos em outros campos, como a implantação do prontuário eletrônico nas unidades de saúde, melhora da infraestrutura das unidades e treinamento dos servidores através da educação permanente em saúde. Temos acolhimento a base das nossas ações para o ano de 2021.


(JT): Quais medidas a Prefeitura, por meio da Secretaria da Saúde, tem realizado no enfrentamento da pandemia?

(CV): A recomendação do uso das máscaras, distanciamento social, lavagem das mãos são as únicas medidas que, comprovadamente, limitam a disseminação da Covid-19. Depois do contágio, pouco podemos fazer, além do suporte clínico dos afetados, o que é bastante frustrante quando vemos a evolução ruim de alguns casos. Vinhedo tem o sistema de saúde preparado para atender às demandas que temos, mas precisamos do apoio da população para respeitarem as medidas necessárias para não gerar pressões, ainda, maiores no sistema, o que poderia levar a um colapso, como aconteceu em diversos países da Europa. A vacinação é uma luz no horizonte, mas, infelizmente, a velocidade da disponibilização da mesma é aquém da nossa vontade.


(JT): É possível dizer que a pandemia do coronavírus, em Vinhedo, está controlada?

(CV): Não. A pandemia é uma situação totalmente nova, com um vírus altamente contagioso. Não podemos baixar a guarda, até que todos sejamos vacinados.


(JT): O que o senhor tem achado dessa primeira fase da vacinação em Vinhedo?

(CV): A vacinação tem sido bastante exitosa, com números expressivos de vacinados dentro de cada um dos grupos priorizados na campanha. A equipe tem trabalhado, incansavelmente, nos diversos pontos de vacinação que têm sido organizado, para evitar aglomerações.


(JT): O senhor teria alguma mensagem ou recomendação final?

(CV): Neste momento, em que vivemos uma segunda onda de contaminação, a mensagem tem que ser de perseverança.

Já abrimos mão de tanta coisa até agora e estamos cansados, mas precisamos manter nossa vigilância. Em pouco tempo, seremos todos vacinados e poderemos deixar o pior para trás e voltar a desfrutar, intensamente, das belezas da vida.

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