A Comissão de Enfrentamento à Estiagem da Sanebavi esteve reunida nesta semana para avaliar a recuperação dos reservatórios e mananciais frente às chuvas dos últimos dias. Após análise dos dados levantados pelo sistema de controle da autarquia, a equipe técnica constatou que ainda há a necessidade da permanência do sistema de rodízio para que o município possa equilibrar os níveis de reservação de água bruta, que permanecem abaixo do normal para o período.
Como comparativo, foi avaliado o panorama hídrico da cidade com o percentual de recuperação da Represa 1, que até esta segunda-feira (10) foi de 26 %, chegando a 49% da capacidade (menos da metade), cerca de 80.496,78 metros cúbicos, nível registrado em 22 de junho do ano passado. Na Represa 2 não foi registrada nenhuma recuperação, mantendo o nível de 53% da capacidade, e na Represa 3 foi registrada uma recuperação de 11%, atualmente com 44% de reservação.
Do início de dezembro até agora, período considerado “úmido”, dos 42 dias, 21 registraram precipitações, sendo que as chuvas mais intensas só aconteceram este mês janeiro, totalizando, até segunda, 218 milímetros (dezembro e janeiro) de chuvas em nossa região. O Rio Capivari nesse período registrou equilíbrio, atingindo a vazão média de 385m³/h nos últimos sete dias, permitindo a preferência de captação, o que poupa ainda mais as represas.
De acordo com o diretor de Estação de Tratamento de Água (ETA), Gabriel Carvalho, o volume recuperado até agora na Represa 1, cerca de 42 mil metros cúbicos, equivale a pouco mais de dois dias de produção da unidade ETA 1.
“A operação da ETA1 está em 81% da sua capacidade, atendendo ao consumo dos os bairros durante o rodízio do sistema. O volume recuperado até é pequeno em comparação com a produção, que tem uma média de 14.500m³/dia durante o rodízio. Sendo assim, ainda é muito importante que o rodízio permaneça para que possamos viabilizar a recuperação de nossa reserva de água bruta antes de iniciarmos o próximo período de estiagem nos próximos meses”, explicou.
A atual recuperação está muito lenta frente aos dados de anos anteriores. No ano passado, foi registrado o transbordo da Represa 1 no dia 10 de janeiro e as demais reservas estavam praticamente cheias. “Assim, o que foi poupado neste início de ano pode ser facilmente consumido caso haja redução de vazão nos rios”, afirmou.
CHUVAS
Com 116mm de precipitação, no mês de dezembro choveu a metade do esperado, que era cerca de 200mm. Em janeiro, as chuvas tiveram um índice considerável, 102mm até segunda-feira, que equivale a um terço do previsto para o mês. “Se continuar assim, até o fim do mês temos como avaliar e estimar um prazo para a suspensão do rodízio”, afirmou o superintendente da Sanebavi, Jaderson Spina.
É importante que a população acompanhe esses índices para entender a realidade de Vinhedo, considerando sua recuperação, após a forte estiagem no ano passado. “Apesar do aumento das chuvas em outras regiões, que permitiram a normalização do abastecimento, cada município tem suas características. Tudo é levado em conta, a localização, os índices pluviométricos locais, a recuperação dos mananciais e o abastecimento do município para nos próximos meses”, disse.
Uma nova análise da permanência ou suspensão do rodízio deve ser feita pela Comissão da Estiagem nos próximos 10 dias.
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